Executivo projecta aumento de 45% da produção agro-alimentar até 2035 – ministro Isaac dos Anjos Victória Maviluka 20/2/2025 Ministro da Agricultura e Florestas apontou para a redução, no período 2026-2035, do número de pessoas que vivem em extrema pobreza no País em pelo menos 50%. A estratégia do Executivo para o sector da agricultura no período 2026-2035 passa, entre outras metas, pelo aumento da produção agro-alimentar em 45%, informou o ministro da Agricultura e Florestas, Isaac dos Anjos. Ao discursar, nesta quinta-feira, 20, em Benguela, na VII Conferência E&M sobre Agricultura, de iniciativa da revista Economia & Mercado, o governante sublinhou a necessidade do reforço do financiamento público para o sector, o melhor aproveitamento do financiamento dos doadores e a exploração mineral para promover a infra-estrutura pública agrícola. Em relação à estratégia, apontou para o reinvestimento de 15% do PIB agro-alimentar no sector da agro-silvo-pastorícia, a redução do número de pessoas que vivem em extrema pobreza em pelo menos 50%, a redução da diferença de rendimentos entre mulheres e homens em 50% e capacitação de 30% das mulheres, 30% dos jovens, 30% dos grupos vulneráveis nas cadeias de valor agro-alimentar. “O foco principal comparativo deverá ser, na primeira fase, o montante de 1,4 mil milhões de dólares que o País despende na compra de 12 produtos alimentares passíveis de serem produzidos cá. Essa dinheirama dividida entre nós dar-nos-ia muita alegria”, considerou. O ministro da Agricultura e Florestas observou que, para o horizonte 2025-2030, o seu pelouro irá apresentar propostas de progressão, dentre as quais o tratamento do sector camponês por empresas agrícolas familiares. “Para isso, fazê-los crescer de 2,5 hectares até atingirem, em 2030, no mínimo, 25 hectares. E a razão disso ser é que em cada uma dessas famílias tem que ter um cash crop, tem que ter renda diária, renda mensal, tem que ter substância para poder aguentar-se”, apontou. Para o sector empresarial, Isaac dos Anjos referiu que se partirá da existência actual de pouco mais de 55 ou 65 empresas agrícolas de alguma dimensão ou alguma tecnologia para se atingir, em 2035, pelo menos 150 empresas de grande dimensão. Fez saber que serão dados apoios necessários à conversão para agricultores de média dimensão e, desta forma, cada província chegar a 2030 com pelo menos mil novos agricultores. “Isso pressupõe que os meios tecnológicos sejam postos à disposição: o uso de fertilizantes, o uso de sementes adequadas e oferecerem ao meio rural as condições de crescimento sem paternalismos”, afirmou. A VII Conferência E&M sobre Agricultura, que decorre sob o tema ‘O papel dos Transportes e Logística no Desenvolvimento do sector Agro-industrial’, acontece, pela primeira vez, fora de Luanda. No Centro Pastoral de Benguela, estão presentes players do sector agro-industrial que operam no País para discutirem os problemas e encontrarem soluções capazes de transformar os Transportes e a Logística como factores determinantes para o desenvolvimento do sector.